Hoje vamos falar sobre uma série de disciplinas das quais a maioria de vocês já deve ter ouvido falar, mas que, depois de revisá-las, podem despertar o artesão que existe em nós.

Em um artigo anterior (“Quais são as 10 características mais importantes de um artesão?”) vimos que os artesãos não nascem, mas são feitos, e aqui tentaremos estimular esse artista interior, caso você ainda não tenha descoberto sua(s) paixão(ões).

Existem inúmeras disciplinas de artesanato que abrangem uma grande variedade de campos criativos. Vamos rever os mais comuns:

1. Carpintaria

A arte da marcenaria é uma disciplina na qual artesãos usam habilidades e técnicas tradicionais para trabalhar com madeira e criar objetos funcionais e esteticamente atraentes. As criações podem ser móveis, esculturas, entalhes, marchetaria, entre outros. Antes de embarcar em nosso projeto, seria interessante nos aprofundarmos no mundo da madeira, suas características e propriedades, e assim escolher aquela que melhor se adapta à ideia que temos em mente.

Tipos de madeira

Aqui propomos 5 tipos de madeira ordenados por preço, do menor para o maior.

  • Pinho : O pinho é uma madeira macia barata, muito utilizada por artesãos porque é amplamente disponível e tem uma cor clara e grãos característicos. Embora menos durável do que outras madeiras, o pinho é fácil de trabalhar e é adequado para projetos de marcenaria menos complexos, como molduras, prateleiras e itens decorativos.
  • Carvalho : O carvalho geralmente tem um preço moderado a alto, dependendo da qualidade e da variedade. É uma madeira dura e durável e tem uma textura característica. A cor pode variar de tons claros a mais escuros, tornando-a ideal para projetos que exigem resistência e durabilidade, como revestimentos de paredes e pisos, portas e móveis.
  • Ácer : O bordo pode ter uma ampla faixa de preço, desde opções mais baratas até variedades de alta qualidade. É considerada uma madeira dura e resistente, de aspecto claro e liso. Nesse caso, as cores podem variar do branco cremoso aos tons dourados. Graças à sua granulação fina e à sua capacidade de ser tingida ou pintada, é uma madeira muito apreciada na carpintaria para a criação de parquetes, instrumentos musicais, escadas, móveis e utensílios de cozinha.
  • Nogueira : A nogueira tende a ser uma madeira de alto preço devido à sua beleza e apelo estético, conhecida por sua tonalidade marrom escura e grãos pronunciados. É valorizado por sua beleza e é utilizado na fabricação de móveis de alta qualidade, instrumentos musicais e objetos decorativos.
  • Cereja : A cereja também está na faixa de preço mais alto devido à sua aparência quente e tom enriquecido pela idade. É uma madeira dura, de tom quente, que envelhece com elegância, adquirindo um tom avermelhado mais escuro com o passar dos anos. Apreciada pelos marceneiros por sua textura uniforme e beleza natural, ela é usada de forma semelhante à nogueira na fabricação de móveis finos, instrumentos musicais, caixas e utensílios de cozinha.

Além de escolher a madeira certa, os carpinteiros artesanais geralmente fazem um projeto detalhado e criam um plano para o processo de construção. Então pegue uma caneta e papel e considere as dimensões, a estética, a funcionalidade e os detalhes ornamentais da sua ideia.

Outro aspecto muito importante, sem o qual não conseguiremos executar nosso projeto, são as ferramentas. Na marcenaria artesanal, ferramentas manuais tradicionais, como plainas, formões, serras manuais, goivas e martelos, são usadas em vez de ferramentas elétricas. No entanto, nos últimos anos, muitos artesãos têm utilizado esse tipo de ferramenta porque ela facilita o processo de trabalho e, portanto, são mais eficientes e precisas.

2. Cerâmica

A arte da cerâmica artesanal é uma forma de expressão criativa que envolve a criação e manipulação de objetos de argila. No mundo da cerâmica, existem inúmeras técnicas e ferramentas tradicionais para moldar, decorar e cozinhar o barro. Abaixo veremos algumas dessas técnicas e também os materiais necessários para executar seus projetos.

Assim como fizemos anteriormente com a madeira, o primeiro passo é conhecer os tipos de argilas que existem e suas propriedades. Vamos rever algumas delas ordenadas pelo preço mais acessível:

Tipos de argila

  • Argila para louça : A argila para louça tende a ser a mais econômica de todas devido à sua ampla disponibilidade e facilidade de trabalho. É uma argila de baixa temperatura, de cor branca ou cremosa em seu estado natural, conhecida por ser não porosa, resistente à água e durável. Ceramistas artesanais o utilizam para fazer louças, pratos, xícaras, tigelas e outros utensílios de cozinha. Geralmente é esmaltado e queimado em temperaturas entre 1000°C e 1200°C.
  • Argila vermelha : A argila vermelha também é relativamente acessível para todos os orçamentos. Por conter uma maior quantidade de óxidos de ferro, ele lhe confere aquela coloração avermelhada característica. Devido à sua maior resistência e durabilidade, é comumente utilizado em projetos de cerâmica mais rústicos, bem como na produção de tijolos, telhas, vasos de flores e objetos mais estruturais. A argila vermelha requer temperaturas semelhantes às da argila de barro, em torno de 1000°C e 1200°C. Devemos sempre levar em conta o tipo de forno e o tamanho e espessura da peça.
  • Argila de grés : Em termos gerais, a argila de grés é mais cara que as duas argilas anteriores, pois apresenta maior durabilidade e resistência. É uma argila de alta temperatura e, por ser mais densa e menos porosa que a argila de barro, é adequada para louças e peças utilitárias. Ele é cozido em temperaturas mais altas, geralmente entre 1200°C e 1300°C, para atingir o cozimento ideal.
  • Argila refratária : A argila refratária pode ser mais cara devido à sua composição especializada, pois requer alta resistência ao calor e é usada para a fabricação de cerâmicas que são expostas a temperaturas extremas, como tijolos refratários, telhas ou chaminés. É cozido em temperaturas a partir de 1300°C.
  • Barro de porcelana : A porcelana é considerada pelos ceramistas uma das argilas mais finas e delicadas, razão pela qual tende a ter um preço mais alto em comparação às anteriores. Caracteriza-se por sua aparência branca e lisa e, segundo os artesãos, uma das mais difíceis de trabalhar. Possui uma grande variedade de utilizações, como luminárias, esculturas, louças, elementos arquitetônicos, e sua temperatura de queima fica entre 1200°C e 1400°C.

Um oleiro usa uma variedade de ferramentas para moldar, decorar e trabalhar o barro, mas não é essencial ter todas elas para começar a colocar a mão na massa nessa arte.

Ferramentas

  • Roda de oleiro: É uma ferramenta essencial para o oleiro, pode ser elétrica ou manual. Os artesãos consideram que é essencial trabalhar o barro de forma rotativa e dar uniformidade às suas ideias.
  • Rolo de massa: usado para achatar e espalhar argila. Pode ser feito de madeira, plástico ou metal.
  • Espátulas: Ideais para alisar superfícies e criar detalhes.
  • Lâminas: Usadas para cortar formas e fazer incisões precisas.
  • Raspadores: Ajudam a remover o excesso de argila e definir os contornos da peça.
  • Esponjas: Limpar, umedecer, amaciar e polir argila são algumas de suas utilidades.
  • Estacas: Ferramentas finas e pontiagudas usadas para criar detalhes finos, texturas e linhas na argila.
  • Pincéis: Usados para aplicar esmaltes, engobes e decorações em cerâmicas.
  • Arame de corte: usado para separar pedaços de argila da roda ou para cortar formas e seções de argila.

Certo, agora que temos nosso projeto em mente (ou melhor ainda, no papel) e também escolhemos o tipo certo de argila e ferramentas, quais são os próximos passos a serem dados?

Primeiramente, o barro deve ser amassado para remover quaisquer possíveis impurezas. Em seguida vem a fase de modelagem, na qual o oleiro dá forma e vida à sua obra manualmente ou com a ajuda de um torno. Quando gostarmos do desenho, devemos deixá-lo secar lentamente, para que fique firme. Se você quiser aplicar um esmalte na peça, primeiro você deve “bisqueá-la”, o que consiste em queimar nossa obra em baixa temperatura usando um forno de biscoito. O esmalte forma uma camada que confere textura, brilho e cor à cerâmica. Finalmente chega o momento da queima em alta temperatura, que vai depender do tipo de argila que usamos e do tamanho da nossa peça.

Há muitos lugares que oferecem fornos para queimar nossas próprias peças, então não há desculpa para não arregaçar as mangas e começar hoje mesmo.

3. Jóias

Outra das disciplinas mais abrangentes seria a da joalheria. Quem não gostaria de criar seu próprio design? Desde crianças gostamos de nossas criações, por isso existem inúmeras brincadeiras infantis que nos permitem explorar e estimular nossa criatividade. Joias artesanais são a criação de joias únicas e personalizadas usando técnicas e habilidades artesanais. Como há uma variedade tão grande de materiais, há artesãos que se especializam em alguns deles. Assim como fizemos com as outras disciplinas, veremos quais são os materiais mais utilizados em joias artesanais, classificados pelo preço mais acessível.

Tipos de materiais

  • Materiais reciclados : papel, plástico e tecido reciclados são exemplos de elementos sustentáveis de custo relativamente baixo ou, às vezes, gratuitos, para criar joias exclusivas.
  • Contas e pingentes : podem ser feitos de vidro, cerâmica, metal, madeira e plástico e, por serem amplamente disponíveis, são uma opção econômica para os artesãos que desejam entrar no mundo da joalheria.
  • Fios e linhas : Sejam feitos de ouro, prata, cobre, aço inoxidável e náilon, eles são usados para rosquear, tecer e trabalhar com fios em joias artesanais. Eles geralmente são moderadamente caros e amplamente disponíveis.
  • Pedras semipreciosas e gemas : Nesta categoria teríamos ametistas, topázios, quartzo e turmalinas, que podem variar de preço dependendo de sua qualidade, tamanho e raridade. Eles oferecem uma grande variedade de cores e texturas para tornar seu design uma realidade com cores atraentes e visuais. Elas geralmente são mais acessíveis que pedras preciosas.
  • Metais preciosos : ouro e prata têm um custo significativo devido ao seu valor intrínseco. Esses metais são muito utilizados em joias artesanais em diferentes ligas para obter diferentes cores e propriedades, como prata esterlina, ouro amarelo, ouro branco, entre outros.
  • Pedras preciosas : Por fim, temos que falar de diamantes, rubis, safiras e esmeraldas. Os artesãos os usam para adicionar cor, brilho e valor às suas criações. Eles geralmente são encontrados incrustados em metais preciosos. O preço dessas pedras varia substancialmente dependendo do seu tamanho, clareza, cor e corte.

Sei que alguns de vocês devem estar pensando que para manipular peças tão pequenas de forma precisa são necessárias ferramentas muito específicas, por isso deixamos aqui uma lista inicial para poder começar a executar nossas criações.

Ferramentas

  • Alicate de bico redondo: usado para dobrar fios, fazer conexões precisas e formar laços.
  • Alicate de corte: normalmente usado para cortar fios, correntes e outros materiais de joalheria com precisão.
  • Alicate de bico chato: O artesão precisa segurar e prender suas peças de joalheria, dobrar e moldar fios e chapas de metal.
  • Lima para joias: alisa e modela bordas e superfícies metálicas, permitindo um acabamento mais preciso.
  • Martelo de joalheiro: usado para forjar e moldar metais, bem como texturizar e fixar componentes.
  • Maçarico de joalheiro: permite a aplicação de calor controlado para soldar, derreter e trabalhar metais preciosos.
  • Pedra de polimento: Muito frequentemente usada para polir e dar brilho a metais e pedras preciosas.
  • Brocas e fresas: Ferramentas de corte usadas na perfuração e conformação de metais.
  • Serra de joalheiro: usada para cortar tubos e metais com precisão.
  • Alicate de corte: segura e corta fios finos e componentes de joias.
  • Buris e formões: para gravar e esculpir seus desenhos.
  • Mandril e anéis de medição: Permite medir e ajustar anéis para obter um encaixe perfeito.